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Não acaba quando acaba: a produção editorial de livros

18/10/2017

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​Por Sávio Alencar

 
No imaginário dos mais desavisados, pode parecer que livros surgem espontaneamente, por brotamento, como ocorrem a algumas plantas. Mas a origem das páginas impressas ou digitais que lemos diariamente não corresponde a um processo tão... natural.

Há muito trabalho por trás das brochuras, e diversos profissionais estão diretamente envolvidos em uma atividade que pode se estender por meses. A produção editorial, de ficção (romances, contos, novelas) e não ficção (livros didáticos, informativos, de autoajuda), prevê um processo específico, em que várias etapas se realizam até chegar o momento em que o livro, enfim, encontrará o seu leitor.

Pela própria “invisibilidade” que cerca as práticas dos profissionais do livro – que, muitas vezes, só conhecemos por ficha técnica ou colofão, se por acaso lembramos que esses gêneros também existem para serem lidos –, as etapas que compõem a produção editorial, normalmente, são “anônimas ilustres” para a maioria das pessoas. Elas variam de acordo com a natureza ou a proposta da publicação, mas, em geral, podem ser reunidas sob um denominador comum.

Pensando em dar visibilidade a esse trabalho que por vezes é deixado para trás na medida em que passamos as páginas dos livros, listo quatro etapas fundamentais para uma produção editorial comprometida com um bom resultado e, sobretudo, com a inteligência do leitor.
 
Leitura crítica
Concluído o texto por parte do autor, é hora de ele ser apreciado por outra pessoa, normalmente alguém que tenha familiaridade, experiência com o assunto tratado. leitura crítica prevê uma avaliação do texto em que se considera a adequação de conceitos, valores, juízos, linguagem, abordagem, estilo... sem intervenção direta na escrita do autor. O leitor crítico prepara o terreno para a atuação do editor.
 
Edição
De posse da avaliação do leitor crítico, o editor já tem para si algumas questões sinalizadas (às vezes, também em forma de um parecer elaborado pelo profissional que lhe antecede) e que precisam ser resolvidas durante a edição. É o momento de intervir no texto, respeitando o projeto do autor e em diálogo com ele. São equacionadas as questões que envolvem tanto aquelas apontadas pelo leitor crítico quanto as que o próprio editor identifica, já que cada leitura é pessoal, parcial e, por isso mesmo, nunca definitiva. Objetividade, clareza e fluência do texto são qualidades que a edição deve assegurar.
 
Preparação
Hora de deixar o texto apresentável ao mundo. No baile de debutante das letras que é a preparação, o profissional responsável por essa etapa, o preparador, responsabiliza-se por adequar o texto a convenções ortográficas, gramaticais, sintáticas, identificando e corrigindo os deslizes naturais que as leituras anteriores (leitura crítica e edição) deixaram passar. Ele também segue as instruções de guias, manuais de estilo e formatação da casa publicadora ou de outra instituição (faculdades e universidades, por exemplo, concebem suas normas de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas).
 
Revisão
  1. Preparado e diagramado (uma etapa que merece um post a parte), o texto que vem sendo produzido ganha sua primeira “cara” de livro. Até então, todos os profissionais (leitor crítico, editor e preparador) trabalhavam preferencialmente no arquivo original, um documento do Word, por exemplo.
  2. Agora, cabe ao revisor verificar se as intervenções indicadas no processo, especialmente na preparação, foram aplicadas corretamente na prova tipográfica – é o que se chama de cotejo
  3. Depois, realizando uma leitura silenciosa (a sil, como o jargão editorial a batizou), o profissional poderá, então, intervir na prova (daí o revisor de provas), atendendo aos critérios que norteiam a correção textual em geral. Numa produção editorial de larga escala, essa etapa pode se repetir, já que cada revisão precisa cotejar a que lhe antecedeu. Há editoras que trabalham com três revisões, por exemplo, de modo que ela se encerra com a terceira prova tipográfica.
 
Como se percebe, todas as etapas são interdependentes, e o resultado de cada uma, para ser satisfatório, depende da qualidade do trabalho anterior. Preferencialmente, devem ser realizadas por profissionais distintos, na medida em que cada leitura tem suas especificidades e varia de acordo com tais e tais questões. Mas não é impossível que um único profissional possa executá-las, especialmente no caso dos freelancers. Ao contrário do que se pode imaginar, o livro não acaba quando o autor decide pôr o ponto-final da última frase. A história pode ter terminado no universo da ficção, mas, no da edição, ela só começou.
 
A Papel Ofício pode ajudar a contar a sua. Vamos juntos?
 

 

 


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    Joice Nunes

    Graduada em Letras, revisora de textos e escritora. Estou sempre com um livro nas mãos, desde criança. Tenho a palavra escrita  como algo fundamental em minha vida. Se isso não for amor, não sei o que mais poderia ser. :)   

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