São muitos os livros que podem colaborar no trabalho de preparação, edição e revisão de textos. Os profissionais das letras não podem prescindir de seu uso, pois tais publicações representam importantes ferramentas de manejo técnico e estético, constituindo-se como formas de correção e aperfeiçoamento dos textos. Talvez o dicionário seja o mais importante e popular desses livros. Há vários tipos de dicionários, para usos em situações distintas. O mais comum é certamente o geral, aquele que faz a compilação parcial ou total das unidades lexicais de uma língua e informa o significado das palavras. Ele é comum em muitas residências e ambientes de aprendizado, sendo muito utilizado para consultas rápidas. Pode ser encontrado em versões on-line e em edições físicas menores, com redução no número de verbetes, para uso no ambiente escolar. Os dicionários de sinônimos e antônimos, por sua vez, elencam palavras assemelhadas ou opostas a um determinado termo. São muito usados para evitar a repetição de uma palavra, colocando-se no lugar dela sinônimos. Às vezes, até mesmo para experientes escritores, falta uma palavra para se encaixar na situação verbal — e o dicionário de sinônimos pode ajudar nessa tarefa, assim como indicar termos de sentido contrário. Os etimológicos são aqueles que descrevem a historicamente a formação das palavras. Apesar de alguns dicionários gerais trazerem a datação de alguns termos da língua e a formação lexical das palavras, existem dicionários que exploram essas informações mais profundamente, tornando-se grandes materiais de referência para quem deseja saber mais sobre o desenvolvimento histórico das palavras. Não podemos deixar de citar os dicionários técnicos, que dão significado de palavras que fazem parte do universo de algumas áreas do conhecimento, como Artes, Comunicação, Ciências Agrárias, entre outras. São várias os ramos de estudo e atividade que possuem uma complexidade linguística própria, tornando necessário um material que dê conta de informar o significado de palavras e expressões (ou jargões) pertencentes a essas áreas. Os dicionários de línguas propõem correspondências entre palavras em idiomas distintos. Mesmo que sejamos falantes de línguas estrangeiras, às vezes precisamos consultar uma ou outra palavra correspondente, simplesmente porque é praticamente impossível se ter conhecimento sobre todo um idioma. Enfim, podem ser muitas as variações dos dicionários, mas eles sempre serão separados por verbetes com o objetivo de abordar o significado, a história ou o uso de palavras e expressões, com ou sem contexto específico. É importante frisar que há muitas divergências entre dicionários, na maioria das vezes referentes à grafia de certas palavras, já que representam o conjunto do pensamento e a sistematização da língua sob determinado viés e vindos de diferentes rumos de pesquisa — o que nos faz lembrar que as línguas são organismos vivos em constante transformação, vividos e analisados de formas diferentes. A estrutura dos dicionários também pode ser aplicada em diversos projetos de escrita literária, aproveitando a disposição em verbetes — e não raro temos contatos com dicionários amorosos, afetivos, entre outros, que exploram temas e se constroem a partir de uma ordem e de uma significação. A área da Linguística que estuda os dicionários é a lexicografia. É claro que não precisamos — nós quem trabalhamos com os textos — ser lexicólogos para usarmos os dicionários, mas devemos ter neles uma companhia necessária para o trato com a matéria verbal. São os melhores amigos na atividade aparentemente solitária da escrita e do trabalho com os textos.
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Joice NunesGraduada em Letras, revisora de textos e escritora. Estou sempre com um livro nas mãos, desde criança. Tenho a palavra escrita como algo fundamental em minha vida. Se isso não for amor, não sei o que mais poderia ser. :) Categorias
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Março 2018
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