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Perdão, impossível: também erramos

19/10/2016

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Perdão, impossível: também erramos
Posso começar esse texto dizendo: revisores erram. Posso começar esse texto fazendo menção a algum erro de um revisor que mais tarde se tornaria famoso na cultura livresca ou editorial (eles são muitos; os revisores de Guimarães Rosa, autor de Grande sertão: veredas, que o digam). Posso começar esse texto fazendo menção há algum erro que revisores normalmente cometem. Porque é justamente isso que eles, os erros, são: comuns.
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Nos modos de produção em que  trabalham (ou a que estão submetidos), revisores e demais profissionais do texto (editores, preparadores etc. etc.) estão lidando diretamente – e a todo tempo – com a possibilidade de erro, com a iminência de. E quem trabalha com isso sabe que o erro mais simples (o salto, a gralha, o pastel, no idioleto do ramo) às vezes pode comprometer todo o processo de produção de um livro ou de outras publicações. Imagine, por exemplo, o que é ver universotário na capa de uma coleção que se queria universitária com muitos exemplares já impressos. Bem: acontece.
Episódios como esse nada têm a declarar sobre a competência desse ou daquele revisor. Na maioria das vezes, eles dizem muito mais sobre as condições em que se desenvolve o trabalho da revisão textual (e da produção editorial). Se examinados futuramente, a ciência deverá encontrar alguma disfunção (positiva, claro) nos cérebros do revisor, porque ele é o tipo de profissional que está constantemente conciliando diversos esquemas mentais ao mesmo tempo — já que são tantos os aspectos a serem observados num único texto: revisão de forma, revisão de conteúdo, revisão de remissão, revisão de bibliografia, revisão de imagens/legendas (quando elas existem) e tantos outros. Haja processo cognitivo.

Como evitar o máximo possível a ocorrência de erros?
Nas editoras de médio a grande porte, a revisão é feita pelo menos três vezes, (a priori) por três profissionais diferentes. A revisão da revisão da revisão, se fosse possível explicá-la em uma expressão. Mas, como se sabe, nem um sem-número de revisões poderia livrar 100% o texto de erros. Tempo, energia, pressão, grau de dificuldade, gênero do texto são variáveis determinantes para bem ou para o mal de uma revisão. Que não equivale à edição. Que não equivale à preparação. Que não equivale à orientação. Cada tipo de tratamento de texto, afinal, exige valores distintos e oferece resultados também distintos, é preciso frisar.
Também é comum a gente, às vezes, pensar que achou um erro num texto já revisado. Pode ocorrer de ser um erro, de fato. Pode ocorrer de o erro ser nosso. Pode ocorrer de ser uma intervenção previamente pensada, analisada e discutida (revisor é uma espécie que anda em bando), como o efeito de sentido da ausência ou da presença de uma vírgula. Como no título deste texto.
Na foto, Graciliano Ramos, um escritor que também foi revisor. E que também cometia erros.
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    Joice Nunes

    Graduada em Letras, revisora de textos e escritora. Estou sempre com um livro nas mãos, desde criança. Tenho a palavra escrita  como algo fundamental em minha vida. Se isso não for amor, não sei o que mais poderia ser. :)   

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